quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Detentos da Penitenciária Professor Barreto Campelo fazem rebelião

       
Cerca de 1200 detentos da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, fizeram uma rebelião na manhã desta terça-feira (20). Em cima do telhado da penitenciária os detentos levantaram faixas e cartazes e pediram agilidade nos julgamentos dos processos.
Os detentos contaram com caixa de som e um microfone para fazerem suas exigências e estavam armados com pedaços de madeira, porretes e facões. Pelo microfone, o líder do movimento garantiu que o movimento é pacífico e que não há feridos. Ele exige a revisão dos processos pelo juiz Cícero Bittencourt, da 2ª Vara de Execuções Penais.
No local estão nove viaturas da Polícia Militar e duas do Corpo de Bombeiros. O Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) também está acompanhando a movimentação.
A rebelião no Barreto Campelo acontece paralelamente à movimentação dos detentos no Complexo Prisional do Curado, no Recife, onde desde a manhã de ontem os reeducandos protestam por mais agilidade no julgamento e contra a superlotação da unidade. Somente ontem duas pessoas morreram - um sargento da Polícia Militar e um dos presos - e 29 ficaram feridas.
   Fonte-dp


Nota da Seres à imprensa

A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informa que foi controlado no fim da tarde desta segunda-feira,19, um tumulto no Complexo Prisional do Curado, no Recife. Para garantir a ordem, houve reforço no número de agentes penitenciários e o apoio da Polícia Militar na tarde de hoje, após radicalização do movimento, com agressões contra os agentes públicos e danos ao patrimônio. As medidas adotadas pelo policiamento foram as adequadas para garantir a segurança no local e a integridade física de todos no Complexo Prisional.
Infelizmente, o episódio resultou nas mortes do Primeiro Sargento da Polícia Militar Carlos Silveira do Carmo e do reeducando Edvaldo Barros da Silva Filho. Vinte e nove detentos ficaram feridos e foram atendidos em unidades de saúde do Recife e no próprio complexo prisional.
O Governo do Estado presta solidariedade à família do Sargento Silveira, que faleceu no cumprimento do seu dever, em defesa da sociedade.
Entre as medidas já anunciadas pelo Governo do Estado para o sistema prisional em janeiro estão a conclusão  e entrega do Complexo Prisional de Tacaimbó, da Cadeia de Santa Cruz do Capibaribe, do Presídio de Itaquitinga e reforma e ampliação do Cotel e do Complexo Prisional do Curado.

O Governo também lamenta a morte do reeducando e reafirma que fará o que estiver ao seu alcance para manter a ordem e a segurança dentro das unidades do sistema prisional.
Fonte-seres

Rebelião no Complexo Prisional do Curado em Pernambuco causa três mortes

Três pessoas morreram em dois dias de rebelião no Complexo Prisional do Curado, no Recife. No caso mais chocante, Mario Antônio da Silva, de 52 anos, foi decapitado por outros detentos. Na segunda-feira, o primeiro-sargento da Polícia Militar, Carlos Silveira do Carmo, 44, e o detento Edvaldo Barros da Silva Filho, 34, foram mortos baleados. Outros 29 presos se feriram.
Segundo o secretário de Justiça de Pernambuco, Pedro Eurico, os presidiários reivindicam mais rapidez nas decisões judiciais, melhor tratamento às famílias em dias de visita e melhorias nas condições de habitação. Os aprisionados também pedem a substituição do juiz Luiz Rocha, titular da 1ª Vara de Execuções Penais da Capital. Eles argumentam que alguns presos já poderiam estar em regime semiaberto, mas os processos demoram.
Segundo o secretário, uma comissão de detidos seria recebida pelo magistrado. O protesto começou pacífico na segunda-feira, porém se tornou violento à tarde, quando houve as duas mortes. A PM foi chamada e, segundo o secretário de Justiça, permaneceu no local até às 23 horas.
No dia seguinte, porém, os amotinados iniciaram um novo protesto: “Quando houve a decapitação, a PM resolveu entrar novamente para garantir a segurança”, afirmou o secretário.
Em nota, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) lamentou as mortes. Declarou que o Estado anunciou neste mês medidas para desafogar o sistema prisional, como a entrega de três novos presídios e a ampliação de outros dois, incluindo o do Curado. Atualmente, o Estado contabiliza 12 mil vagas para 32 mil presos.

Ilha de Itamaracá

Também ontem, outra rebelião ocorreu na Penitenciária Professor Barreto Campelo, na ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife. A situação já foi pacificada, de acordo com a Seres. As reivindicações foram as mesmas dos presos do Curado.
“Essas rebeliões geram um efeito cascata. É necessário ter um efetivo maior (de Agentes Penitenciários) pra fazer as contenções dentro dos presídios”, afirmou o presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário de Pernambuco (Sindasp-PE), João Carvalho.
Segundo ele, Pernambuco precisa de 4.700 Agentes para atingir a proporção considerada ideal, de um profissional para cada cinco presos. 

Agentes Penitenciários de Pernambuco notificam o Estado

A Associação dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário de Pernambuco notificou o Estado para que sejam tomadas medidas emergenciais para melhorar as condições de trabalho da categoria. De acordo com o presidente da entidade, João Carvalho, o documento pede contratação de efetivo e fornecimento de equipamentos novos para o exercício das funções. Atualmente, há um déficit de 4,7 mil Agentes nas unidades carcerárias pernambucanas.
A notificação foi entregue para a Secretaria de Ressocialização, de Justiça e Direitos Humanos, de Defesa Social, Casa Civil, Ministério Público e Tribunal de Justiça. João Carvalho ainda adiantou que, se as medidas não forem tomadas em dez dias, haverá uma assembleia da categoria para deliberar sobre possíveis paralisações.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça, informou sobre novas contratações. "Tem um concurso de 2011 que pode ser prorrogado. Mas tudo depende do processo de formação", contou.
Nesta quinta-feira (22), haverá uma reunião para agendamento da assembleia. "Nosso déficit profissional, atualmente, é de 4,7 mil Agentes. Precisamos de mais contratações", ponderou João Carvalho. Sobre o concurso, a Associação informou que 1.280 aprovados aguardam para fazer os testes físicos e psicológicos, outros 150 já fizeram os testes, mas precisam do curso de formação, e um grupo de 132 já realizou as provas e o curso e espera a nomeação.

Agentes penitenciários de PE criticam condições de trabalho

A superlotação das unidades penitenciárias, o déficit de policiais e as más condições de trabalho foram apontados pelos representantes dos oficiais como as causas da onda de tumultos e rebeliões que toma conta dos presídios do Grande Recife nesta semana. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários, esses problemas poderiam ser contidos com mais eficácia se o efetivo estivesse completo. Já a Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco pede melhores condições de trabalho.
Ao confirmar a retomada da rebelião no Complexo Prisional do Curado (antigo Aníbal Bruno), localizado na Zona Oeste do Recife, na manhã desta terça-feira (20), o presidente Sindicato dos Agentes Penitenciários confessou que é difícil trabalhar na situação atual. “O clima dentro do presídio é de tensão e a gente tem que estar em constante atuação para evitar maiores transtornos, mas as condições de trabalho são difíceis. Hoje nós temos apenas cerca de quatro ou cinco oficiais por plantão e com esse efetivo não dá para conter atos ilícitos como a entrada de armas e drogas por cima do muro”, desabafou João Carvalho.
Segundo ele, com esse número de policiais, cerca de 60% das guaritas ficam desativadas. “Se a gente tivesse um efetivo completo, poderia conter esses atos ilícitos. Mas hoje o déficit é de 4,7 mil agentes”, completa. O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários ainda pediu a nomeação dos oficiais aprovados em concurso. “O estado diz que nomeou 132, mas até o momento esse pessoal não foi convocado. Outros 150 concluíram todas as etapas e estão esperando serem chamados para o curso de formação”, afirma.