A
superlotação das unidades penitenciárias, o déficit de policiais e as más
condições de trabalho foram apontados pelos representantes dos oficiais como as
causas da onda de tumultos e rebeliões que toma conta dos presídios do Grande
Recife nesta semana. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários,
esses problemas poderiam ser contidos com mais eficácia se o efetivo estivesse
completo. Já a Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco pede melhores
condições de trabalho.
Ao
confirmar a retomada da rebelião no Complexo Prisional do Curado (antigo Aníbal
Bruno), localizado na Zona Oeste do Recife, na manhã desta terça-feira (20), o
presidente Sindicato dos Agentes Penitenciários confessou que é difícil
trabalhar na situação atual. “O clima dentro do presídio é de tensão e a gente
tem que estar em constante atuação para evitar maiores transtornos, mas as
condições de trabalho são difíceis. Hoje nós temos apenas cerca de quatro ou
cinco oficiais por plantão e com esse efetivo não dá para conter atos ilícitos
como a entrada de armas e drogas por cima do muro”, desabafou João Carvalho.
Segundo
ele, com esse número de policiais, cerca de 60% das guaritas ficam desativadas.
“Se a gente tivesse um efetivo completo, poderia conter esses atos ilícitos.
Mas hoje o déficit é de 4,7 mil agentes”, completa. O presidente do Sindicato
dos Agentes Penitenciários ainda pediu a nomeação dos oficiais aprovados em
concurso. “O estado diz que nomeou 132, mas até o momento esse pessoal não foi
convocado. Outros 150 concluíram todas as etapas e estão esperando serem
chamados para o curso de formação”, afirma.
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