sábado, 17 de dezembro de 2011

PRESÍDIO ANÍBAL BRUNO: esquema de prostituição infantil é desarticulado



Um antigo esquema de prostituição de menores dentro do Presídio Professor Aníbal Bruno, em Tejipió, foi desarticulado ontem quando nove adolescentes e uma adulta foram surpreendidas com carteiras de visita falsificadas. Elas costumavam entrar no presídio para a visita íntima das quartas-feiras e faziam programas com preços entre R$ 20 e R$ 30. Já na Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) da Polícia Civil, para onde as menores foram levadas, parentes das adolescentes e esposas de detentos provocaram um tumulto. Ainda durante a visita de quarta-feira, dois presos foram esfaqueados em uma briga interna e socorridos para os hospitais Getúlio Vargas e Otávio de Freitas.
De acordo com a mãe de uma das garotas de programa, uma adolescente de 15 anos foi a primeira a ser barrada na revista e, revoltada, revelou as demais envolvidas no esquema. Segundo a direção do presídio, as adolescentes diziam ser irmãs de presos para burlarem a segurança, que exige que o documento contenha a foto da mulher de cada detento.
O advogado de defesa de uma das garotas, Assiel Fernandes, explicou que um detento é responsável pela falsificação das carteiras para as meninas entrarem. “Minha cliente estava com documento falso, que fez quando ainda era menor de idade. Hoje ela tem 18 anos. Quanto à denúncia de prostituição, ainda é um fato a se apurar, sem confirmação”. Companheiras de alguns detentos chegaram a ir à GPCA revoltadas com a “máfia da prostituição” e se sentindo traídas. “Só queremos que elas sejam punidas”, afirmou uma delas sem se identificar.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Ressocialização, o grupo vinha sendo investigado pelo serviço de inteligência há algum tempo.

Armas de fogo mataram mais de 35.000 brasileiros em 2010




Dados do Ministério da Saúde indicam que 35.233 brasileiros morreram, em 2010, vítimas de armas de fogo, informa o portal Terra. O número corresponde a 70,5% dos 49.932 assassinatos cometidos no País, no ano passado. Se forem considerados os suicídios, os acidentes e mortes de causa indeterminada, as armas de fogo foram os instrumentos responsáveis pela morte de mais de 38 mil pessoas. 
Os números, que ainda são preliminares, são inferiores aos registrados em 2009 (39,6 mil mortes violentas, sendo 36,6 mil homicídios provocados por armas de fogo), mas segundo o secretário executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, as taxas de 2010 ainda são consideradas "altas taxas", mesmo se levando em conta que as comparações devem ser feitas com cuidado pelo fato dos dados serem preliminares.

Estudo mostra que a taxa de homicídios contra negros tem aumentado

O Mapa da Violência, divulgado hoje (14) pelo Instituto Sangari, mostra que, de 2002 a 2010, a taxa de homicídios de brancos vem caindo no país, enquanto a de negros está subindo. Segundo o estudo, o número de homicídios de brancos caiu de 20,6 para cada 100 mil habitantes em 2002, para 15 em 2010. Já o dos negros subiu de 30 para cada 100 mil habitantes em 2002, para 35,9 em 2010.
Os dados mostram que para cada dois brancos vítimas de homicídio em 2002, morreram aproximadamente três negros. Já em 2010, para cada dois brancos assassinados 4,6 negros foram vítimas de homicídio.
“É um fato preocupante porque a tendência está aumentando. Nossa mídia veicula o que acontece em famílias abastadas e há uma preocupação dos órgãos de segurança com isso. Mas ninguém noticia que morreram dois negros em uma favela, a não ser que seja uma chacina”, diz o coordenador da pesquisa Julio Jacob Waiselfisz.
De acordo com ele, a maior violência contra os negros pode ser explicada também pela questão econômica e pela privatização da segurança. “Quem pode pagar, paga a segurança privada, que protege melhor”. Como a população negra é, em média, mais pobre, explica Jacob, passa a depender dos órgãos de segurança pública que, geralmente, não conseguem atender adequadamente a população.
“Essas evidências nos levam a postular a necessidade de reorientar as políticas nacionais, estaduais e municipais, em torno da segurança pública, para enfrentar de forma real e efetiva essa chaga aberta na realidade do país”, diz o texto do estudo.