A
rebelião na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG), no Paraná, chegou ao
fim, após 46 horas marcadas por momentos de tensão. Segundo o tenente Fabio
Zarpellon, da Polícia Militar, às 10h desta quarta-feira, 15, iniciou-se o
processo de rendição. "Poderemos considerar como final da rebelião o
momento em que todos os reféns, tanto agentes quanto alguns presos, forem
liberados e a polícia checar toda a área", disse.
Entre
as exigências feitas pelos presos está a remoção de 28 detentos para unidades
prisionais do Estado e também de Santa Catarina, que deve acontecer até o final
do dia. Os perfis desses criminosos transferidos, porém, não foram detalhados
pela Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju).
No
primeiro dia, autoridades informaram extraoficialmente que os líderes pudessem
pertencer a alguma facção criminosa ou fossem alguns dos presos transferidos de
Cascavel após a rebelião ocorrida no mês passado, mas nenhum grupo organizado
assumiu a autoria do motim.
A
rebelião teve início às 11h30 desta segunda-feira, 13, e foi liderada por 40
presos, que fizeram 12 agentes penitenciários como reféns e outros 60 presos -
desse total, três agentes foram liberados, 11 detentos pularam do telhado, dois
foram atirados pelos líderes e outro grupo de presos acabou liberado no
pavilhão. Os seis presos que continuaram como reféns até o fim do motim cumprem
penas por crimes sexuais.
Além
da transferência de presos, a troca da direção, o fim a supostos maus tratos e
melhorias na alimentação estavam na pauta de exigência dos rebelados.
No
início da rebelião, um dos agentes penitenciários foi queimado com cola e
outros materiais inflamáveis e teve 40% do corpo ferido Ele precisou ser
encaminhado para um hospital próximo e já está liberado.
Quanto
aos reféns, os presos fizeram rodízios e a cada hora amarravam algum deles a um
para-raios sob a ameaça de serem jogados caso a polícia decidisse invadir o
local.
Essa
foi a primeira rebelião ocorrida na PIG desde sua fundação, há 15 anos, e já
foi considerada uma prisão modelo, pois nela existem atividades de educação,
trabalho e ressocialização.
Fonte-dp