sábado, 13 de junho de 2009

Greve na Saúde repercute na Alepe

A greve dos servidores da Saúde de Pernambuco preocupa o líder do PSDB na Assembleia, deputado Pedro Eurico. O tucano foi à tribuna, ontem, relatar o que presenciou em hospitais da rede estadual e pedir providências ao Poder Executivo. Afirmou que não questiona a legitimidade do movimento, entretanto defendeu que as paralisações nos setores essenciais devem ser regulamentadas, “pois quem sofre é a população mais carente”.

“Quem é da classe média não sabe o que é esperar 90 ou 120 dias por uma consulta e, depois, vê-la cancelada. Desafio a Secretaria Estadual de Saúde (SES) a colocar ouvidores nas portas dos hospitais para saber como as pessoas se sentem”, ressaltou.

O cenário das unidades da Capital pernambucana também foi citado. “O Recife assistiu, esta semana, à greve dos médicos e enfermeiros municipais e, agora, presencia a paralisação dos servidores do Estado. Se algum paciente morrer por falta de atendimento, o profissional que negou assistência deve responder por homicídio doloso, quando há a intenção de matar”, ponderou. Eurico disse ver com “estranheza” a greve deflagrada, na última quarta-feira, pois, no ano passado, o Governo estabeleceu mesa de negociação e os reajustes salariais de 2009 e de 2010 foram pactuados.

“Somente na quarta-feira, 400 exames ambulatoriais foram suspensos no Hospital da Restauração. Cerca de seis mil pessoas ficaram sem atendimento nas consultas marcadas. Imaginem as emergências. No Hospital do Hemope, a UTI de oncologia, que era referência, está parada e há crianças fazendo quimioterapia no chão”, contou. O tucano fez referência, ainda, ao posicionamento do Partido dos Trabalhadores. “O PT precisa resolver de que lado está. Se apoia o Governo, a sociedade ou os sindicatos, porque defende os movimentos trabalhistas, mas abandona a população”.

A deputada Teresa Leitão (PT) saiu em defesa do movimento dos trabalhadores da Saúde, argumentando que os acordos firmados com o Governo contemplaram os médicos, não os demais profissionais. “Por que os médicos, quando fizeram greve, tiveram todo o apoio da bancada oposicionista e os servidores, técnicos e auxiliares são taxados de irresponsáveis, sectários e corporativistas? Esse tipo de avaliação empobrece o debate porque nega o direito das categorias”, argumentou.

Representantes do Democratas, Augusto Coutinho e Maviael Cavalcanti parabenizaram o pronunciamento do líder do PSDB. Coutinho lembrou que, em 2008, a bancada de Oposição visitou o Hospital Barão de Lucena, Zona Oeste do Recife, e constatou a situação crítica. Este ano, segundo o deputado, os problemas aumentaram. “Há déficit de 70 médicos e de 49 enfermeiros. Os elevadores não funcionam e o revestimento do teto do bloco cirúrgico caiu. O caos é generalizado”, comentou. Maviael Cavalcanti salientou que, “enquanto os hospitais não funcionam, o Estado prepara a construção de um estádio de futebol bilionário”.

Fonte - fisepe