Morreu na manhã desta segunda-feira, no Hospital da Aeronáutica, o cabo Izo Gomes Patricio, que estava no helicóptero derrubado por traficantes, sábado, no Morro dos Macacos. Com isso, subiu para três o número de policiais mortos no ataque.
A ordem para os ataques de quadrilhas rivais no Morro dos Macacos,
Ainda de acordo com a polícia, os ataques teriam sido comandados pelo traficante Fabiano Atanásio da Silva, foragido da policia e que atua no Complexo de favelas do Alemão. Além disso, o traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, pode ter participado da invasão. Ele fugiu recentemente da cadeia, ao conseguir progressão do regime fechado para o aberto.
A invasão do Morro do São João aos Macacos, que começou na madrugada do sábado e envolveu traficantes de outras favelas do Rio, deixou 12 mortos, entre eles dois PMs que estavam em um helicóptero abatido pelos bandidos.
O policiamento nos acessos aos morros dos Macacos,
Desde sábado, dois mil policiais controlam a entrada e saída das favelas da região. De acordo com a polícia, durante a madrugada e nesta manhã a situação está tranquila nos locais.
O comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), capitão Blaz, comentou nesta segunda-feira a hipótese da Polícia saber sobre a tentativa de quadrilhas rivais tentarem tomar o controle do tráfico do Morro dos Macacos,
Ainda de acordo com o Comandante do Bope, o fato de policiais militares não entrarem nas favelas durante a noite se deve à preocupação com a segurança dos moradores. - Não há o compromisso com a segurança dos moradores daquela comunidade por parte dos traficantes. A corporação tem sempre que aguardar o momento oportuno e sem riscos para a população da comunidade.
Durante o enterro dos três primos, que foram assassinados ao serem confundidos com traficantes quando chegavam em casa, no Morro dos Macacos, o irmão de um deles disse que a própria família teve que retirar os corpos da favela porque a polícia alegou que o local ainda apresentava perigo.
Antropóloga defende a entrada da Polícia Federal
A antropóloga Alba Zaluar, em entrevista na manhã desta segunda-feira à Globo News, defendeu uma nova forma de combate ao crime organizado no país diante da atual realidade. Alba frisou que o fato da ordem de invasão ter saído do presídio de Catanduvas, no Paraná, demonstra que o crime se organizou e precisa ser combatido com uma estratégia nacional. - Dizem que a Olimpíada é do Brasil. O problema da criminalidade também é do Brasil. Esta concentração de presos num único presídio impõe a presença da Polícia Federal - afirmou.
Alba se mostrou surpresa com a utilização de uma metralhadora antiaérea dentro do morro, que derrubou o helicóptero da Polícia Militar. - Isso demonstra que há vontade de mandar uma mensagem ao governo estadual, que tem sido determinado a combater o tráfico. O poder público tem de recuperar o território ocupado da cidade e, por isso, é esperada a reação das pessoas que estão sendo prejudicados em seus negócios - defendeu.
Segundo a antropóloga, a polícia do Rio deve passar da postura reativa para outra pró-ativa, em que intercepta informação e se antecipa a ações como a de sábado, quando o Morro dos Macacos foi invadido por um grupo rival de traficantes. - Isto exige um investimento maior, salários melhores, a fim de que as investigações sejam mais contundentes - concluiu.