Um antigo
místico dizia que, ao iniciar novo ano, devemos iniciar também nova vida, do
contrário permanecemos no ano velho. Maria meditava os acontecimentos em seu
coração. A exemplo dela devemos meditar sobre o uso que fazemos do tempo, que
passa veloz, e sobre como o aproveitamos. Quem não o utiliza bem acaba perdendo
parte da própria vida. Se queremos passar nosso tempo felizes, devemos
concentrar-nos naquilo que realmente vale. Sempre podemos recomeçar −
ano-novo é propício para isso.
Ao iniciar mais
um ano civil, é de praxe desejar-nos "feliz ano-novo", augúrio que
demonstra a alegria transbordando do nosso íntimo diante da novidade que nos
aguarda. Todo início de ano temos a tendência de, a exemplo dos pastores, nos
projetarmos para o novo que se anuncia ("todos se admiravam com aquilo que
os pastores contavam"). Nem sempre, porém, conseguimos contar muitas
maravilhas a respeito de nós mesmos, de nossa comunidade e de nosso país.
Quando damos feliz ano-novo:
−queremos um país que não
elimine as crianças e não discrimine nem maltrate negros, índios, pobres e
mulheres, superando todo tipo de violência e preconceito;
−desejamos um país que valorize
a família e no qual as famílias se pautem pelo amor, diálogo e respeito;
−almejamos um país que cure as
feridas dos doentes e não os deixe à margem, morrendo à míngua; com
profissionais da saúde que exerçam o sacerdócio da cura e não se voltem apenas
para a busca de lucro;
−sonhamos com uma escola que ensine
uma educação que prepare para a vida, acessível a todos. Escola que não se
limite a transmitir conceitos, mas forme profissionais competentes, cidadãos
honestos e de caráter;
−torcemos por um país que ouça
o clamor dos esquecidos e dos humildes e deixe de se inclinar diante dos
poderosos; que dê atenção aos homens confiáveis e éticos, pois, com frequência,
os corruptos ainda têm mais vez e voz do que os honestos.
Então, sim,
poderemos dizer que teremos um ano realmente feliz. Que Maria, mãe de Deus, nos
ajude a conquistar, ao longo deste ano, esses valores.