segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Rebelião, fuga e mortes

JOINVILLE - Eram 8h10min de ontem quando dois agentes carcerários foram rendidos na ala nova do Presídio Regional de Joinville, no Bairro Paranaguamirim. Sob a mira de um revólver, eles foram colocados dentro do próprio alojamento.


Quando os presos tiveram certeza de que a situação estava controlada, colocaram fogo nos colchões e o preso que rendeu os agentes teria atirado contra policiais militares. Também foram queimados pertences dos agentes, como casacos, celulares e notebooks.


Segundo o soldado Silva Ramos, apenas três policiais militares faziam a ronda naquele momento no presídio. Os três tiveram de controlar a situação e evitar que a fuga fosse em massa. Doze presos conseguiram arrebentar a grade superior da ala e chegar à parte de cima.


Eles fugiram pelo mesmo local por onde os agentes entram para fazer as rondas, pularam o muro dos fundos e correram para o mato. Assim que os presos fugiram, os agentes foram liberados. Eles chegaram a ter os braços algemados.


Os policiais que estavam no presídio pediram reforço para a corporação e dezenas de viaturas foram acionadas. Três helicópteros também foram chamados.


Uma viatura da PM, com quatro integrantes do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) foi atingida por um trem enquanto seguia para o presídio. O soldado Jackson dos Santos, 41 anos, morreu no local. Outros três policiais ficaram feridos. Enquanto isso, as buscas continuavam na região do presídio.


Logo depois da fuga, o preso Vanclei dos Passos, 24, foi atingido por um tiro na nuca. Ele estava preso por tráfico de drogas e morreu em confronto com os policiais. Perto do corpo foi encontrado o revólver que teria sido usado para render os agentes. Outro preso estaria ferido, mas conseguiu fugir.


Mais tarde, policiais conseguiram recapturar Leoncio Joaquim Ramos e Paulo Cesar Lourenço, preso por tráfico de drogas. No fim da tarde, policiais conseguiram prender Eliseu Pereira Alves.


Segundo o diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Hudson Queiroz, os líderes e organizadores da rebelião devem estar entre os foragidos. Uma investigação vai confirmar o que ocorreu e o motivo da rebelião.


A situação foi controlada por volta das 11h e os presos passaram por uma revista. Ontem à tarde, os agentes rendidos pelos presos foram ouvidos pelo delegado Rubens Passos de Freitas. A fuga será investigada pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pelo Deap.

Fonte - jsc