sábado, 17 de outubro de 2015

Oposição quer CPI do Presídio de Itaquitinga

A bancada de oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco se prepara para pedir a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar informação de que a Odebrecht agiu, a pedido do ex-governador Eduardo Campos (PSB), para resolver o impasse nas obras do Complexo Prisional de Itaquitinga, paradas há três anos. Matéria publicada pelo portal da Revista Veja aponta que a construtora fez aportes financeiros que podem ter chegado a R$ 100 milhões. A sugestão da CPI foi do deputado Romário Dias (PTB).
Segundo a Veja, o empreiteiro Eduardo Fialho, proprietário da Advance Engenharia, empresa que iniciou a construção do complexo e foi substituída pela DAG Engenharia, gravou áudio de uma reunião em que o governo e a Odebrecht teriam tratado dos termos para a continuação da obra. O conteúdo está transcrito em um documento produzido pelo Tabelionato do Quinto Ofício de Notas de Salvador. De acordo com a revista, o áudio indica que assessores do ex-governador e diretores das construtoras teriam participado do encontro, no dia 11 de outubro de 2013. Na reunião, o representante da Odebrecht e o ex-sócio de Eduardo teriam falado dos aportes secretos que seriam necessários para terminar os 20% restantes da obra.
O governador Paulo Câmara afirmou desconhecer qualquer contribuição financeira para o complexo. “A reportagem não tem nenhum fato que possa envolver o governo. Quando assumimos, em janeiro, decretamos intervenção. Agora estamos em um processo de caducidade. O governo em nenhum momento gastou recursos para conclusão dessa obra. Desconheço qualquer participação da Odebrecht com recursos nessa obra”, sentenciou.
A Odebrecht se pronunciou por meio de nota. “O governo de Pernambuco, diante de uma série de problemas com a implantação do CIR de Itaquitinga, convocou algumas empresas para reuniões no ano de 2013, nas quais se tratou da possibilidade de participação naquele projeto”, diz. A construtora negou ter assumido obrigações relacionadas ao projeto e feito pagamentos “de qualquer natureza” ao projeto.

Fonte-DP