Quando uma
pessoa é arrancada de nós, fica uma ferida. Por isso, muitos querem excluir a
despedida de seu caminho. Não a encaram nos olhos. Mas, assim, eles postergam a
despedida que deveria ter tido lugar depois da morte da pessoa querida.
A despedida é
inevitável. Quando nos despedimos de alguém que morreu, lembramo-nos das muitas
despedidas que sofremos na vida.
Precisamos nos
despedir dos avós, dos pais, dos amigos queridos. Precisamos nos despedir da
infância, da juventude, da terra natal. É totalmente normal que as despedidas
criem um medo de ser abandonado.
Uma pessoa
que, quando criança, sentia-se abandonada gostaria de acabar com todas as
despedidas, porque elas lhe fazem lembrar o abandono original que ela viveu na
infância. Entretanto, nós devemos entender e aceitar as muitas pequenas
despedidas como um exercício para a grande despedida da morte.
Quando nos
despedimos do falecido, exercitamo-nos na despedida que sempre é exigida de
nós: a despedida das pessoas, dos hábitos passados de vida, dos sentimentos do
passado e, da própria vida. O importante
é não esquecermos que Deus está sempre conosco. Não estamos sozinhos na hora da
separação de entes queridos. Aceitar a morte não é fácil, ela é sempre uma
grande perda. Mas Jesus é nossa força para continuarmos a caminhada com fé e
esperança, passando por uma readaptação ao perder um ente querido. É muito mais
relevante saber que vida eterna é plenitude de convivência de amor com Deus e
os irmãos. Esta convivência começa aqui na terra. Na eternidade, viveremos a
plenitude da convivência de amor com Deus e os irmãos que tivermos iniciado
aqui na terra.
A vida terrena
é o tempo de que dispomos para construir a convivência de amor que será eterna
e perfeita no além. A felicidade terrena é à base da eterna, e por isto é justo
dizer que amar é buscar junto à salvação. Tudo que afasta e separa de Deus não
vem de Deus e não pode ser amor. O amor nos une uns aos outros e todos a Deus.