segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Policiais lançam campanha contra a 'policiofobia'

Representantes da Ordem dos Policiais do Brasil lançaram uma campanha contra a 'policiofobia', termo usado para designar a promoção do ódio, preconceito, descrédito e desmoralização das forças de segurança do País.
A campanha foi lançada no último domingo (04) e pede que haja uma união entre a sociedade e os policiais para combater a fobia contra os policiais e a criminalidade no país. O Policial Rodoviário Federal Filipe Bezerra foi o responsável por escrever um texto, postado no Facebook, que explica o movimento. Segundo o policial, hoje, existe uma inversão de valores na sociedade que considera o policial um inimigo da população. "A desumanização da figura do policial veio a reboque. É possível observar certa psicopatia no ar ao ver que a sociedade não demonstra nenhuma empatia com os operadores de segurança pública que tombam assassinados por marginais", disse. "É como se o discurso hegemônico de proteção ao banditismo e criminalização da polícia produzisse uma Síndrome de Estocolmo coletiva, onde os indivíduos passassem a ter simpatia por seus algozes e odiar seus protetores", completa.
 Felipe ainda fala sobre os policiais desonestos que existem na corporação, mas, que espera, assim como a sociedade, que estes sejam punidos. "Não se pode negar, entretanto, que em meio ao efetivo das polícias exista uma minoria de psicopatas, corruptos e demais espécies de bandidos de farda, mas ninguém deseja mais que estes sejam excluídos, processados e presos do que a grande maioria de policiais honestos e de bem que tem a sua reputação profissional maculada pelas transgressões e crimes dos maus policiais", escreveu.
Por fim, o texto traz um apelo à população para que apoiem os policiais. "Não se combate a criminalidade vestindo camisas brancas e pedindo paz (...). É preciso que a sociedade entenda em sua plenitude o velho adágio romano: si vis pacem, para bellum, que, nos dias de hoje, significaria: se queres paz, apoie a polícia".

Presídios de Pernambuco continuam em estado de abandono

Na última semana, novos capítulos da falta de segurança nas unidades prisionais ganharam destaque na imprensa pernambucana. Não é para menos. A Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, descrita como de “segurança máxima” foi cenário para a fuga de seis detentos. Já no Complexo Prisional do Curado (antigo Aníbal Bruno) por pouco não acontece o mesmo.  Semanalmente um novo túnel em construção é encontrado pelos agentes penitenciários.
O que se percebe é que os presídios do Estado continuam sem a atenção que deveriam ter por parte dos seus gestores. Estão abandonados. É injustificável que reeducandos explodam um muro de uma unidade de segurança máxima e consigam fugir. Quem será responsabilizado pela falta de segurança na Penitenciária Barreto Campelo?
Nesse sábado, outro túnel foi encontrado no pátio de uma das unidades do Complexo Prisional do Curado. Já são 11 idênticos encontrados recentemente. E quem até agora recebeu alguma punição por permitir que os presos cometam tais delitos?
Não será surpresa se na próxima semana outros buracos sejam encontrados. A Secretaria Executiva de Ressocialização argumenta que está fazendo um trabalho de constantes vistorias para evitar as fugas. Mas evitá-los deveria ser o básico. E nem o básico a Seres parece estar conseguindo fazer.
Prova disso foi a morte de um mecânico que morava a menos de 500 metros do Complexo do Curado. Foi vítima de bala perdida. Isso há 15 dias. E nenhuma resposta sobre isso foi dada à família da vítima nem à sociedade.
A impressão que se tem é que entra secretário, sai secretário e nenhuma solução para amenizar os problemas nos presídios é colocada em prática. Pelo contrário. Os gestores, cada vez mais políticos, dão entrevistas apenas para dizer que estão “trabalhando para mudar o cenário”. Mas enquanto o discurso não sai do papel, os detentos aproveitam para por a criatividade em ação. E a população assiste a tudo e se questiona para quê ainda servem os presídios em Pernambuco? “Ressocializar” parece não ser mais a resposta.

Fonte-jc

Após fuga da Barreto Campelo, Agentes Penitenciários desmentem declarações de Pedro Eurico

O Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário de Pernambuco emitiu nota oficial, na tarde desta quinta-feira, desmentindo as declarações do secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, sobre o sistema penitenciário. Os trabalhadores informam que, diferente do anunciado por Pedro Eurico, no dia da fuga de presos da Penitenciária Barreto Campelo, 11 Agentes assinaram o Livro de Plantões, mas dois estariam de férias e dois estavam fazendo custódia de detentos fora da unidade. Apenas sete estariam de guarda.
A categoria também considera absurda a informação de que a quantidade de Agentes Penitenciários no sistema pernambucano é suficiente. No documento, os profissionais dizem que, em verdade, o estado vive uma situação caótica com penitenciárias que se transformaram em "masmorras medievais".
De acordo com o sindicato, Pernambuco tem 1,5 mil Agentes para uma população carcerária de 31.640 detentos. "A média é de aproximadamente 21 detentos para cada Agente, mas em várias unidades, em certos plantões, já foi possível registrar o número de 300 presos por Agente Penitenciário", denunciou.
Confira a nota oficial na íntegra
O Sindasp-PE (Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário de Pernambuco) vem informar à sociedade pernambucana que as afirmações do secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, são inverídicas e agridem os servidores do sistema penitenciário do Estado. Na responsabilidade de representante legítimo da categoria, o Sindasp-PE tem a obrigação de desmentir o que foi dito, para o esclarecimento da sociedade, justiça com os servidores e transparência do serviço público.
1. É uma completa falta de bom senso do senhor secretário afirmar que "é suficiente" a quantidade de Agentes Penitenciários no sistema prisional pernambucano, quando na verdade, nosso Estado vive em uma situação caótica, com penitenciárias transformadas em masmorras medievais, na medida que a política do Estado de Pernambuco é de encarceramento, sem, em contrapartida, aumentar efetivo de Agentes e vagas no sistema. Atualmente, o Estado conta com 1,5 mil Agentes Penitenciários e uma população carcerária de 31.640 detentos. Segundo resolução de 2009 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária a proporção ideal de Agente por preso é de um para cada cinco. A média, então, em Pernambuco, é de aproximadamente 21 detentos para cada Agente, mas em várias unidades no Estado, em certos plantões, já foi possível registrar o número de 300 presos por Agente Penitenciário.
2. Diferente do que afirmou o secretário, depois da fuga dos bandidos de alta periculosidade, ontem na Barreto Campelo, não havia 13 Agentes, pois no Livro de Plantão havia 11, sendo que dois desses estão de férias, dois estavam fazendo custódia de preso fora do presídio e apenas sete encontravam-se na unidade. O secretário não pode "fabricar" Agente Penitenciário.
3. Diferente da afirmação do secretário, em anterior coletiva de imprensa, de que até 17 de agosto já teríamos novos coletes balísticos, isso não vai acontecer nos próximos 20, 30 dias. Sequer, o contrato com a empresa fornecedora foi assinado e desentendimentos entre ela e a secretaria vão gerar novo atraso, quiçá, impossibilidade de chegada dos coletes. Atualmente, todo o estoque de coletes está vencido.
4. Não há segurança na unidade Barreto Campelo. Diretores do Sindasp-PE, que estiveram no local imediatamente após o fato, encontraram uma marreta na parte exterior do presídio, deixando claro que os bandidos que fugiram tiveram apoio externo em sua empreitada.
5. Em sua obrigação em defesa da categoria e sua tarefa de sindicato cidadão, o Sindasp-PE fez sérias denúncias a OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre a caótica situação do sistema prisional em Pernambuco, incluindo aí, fotos e vídeos dos locais onde seres humanos são depositados e servidores públicos são expostos aos mais sérios perigos de vida. As denúncias do Sindasp-PE foram essenciais para a condenação do Estado de Pernambuco pelo organismo internacional.
O Sindasp-PE vai continuar diligente, firme e forte no seu intuito de defender a categoria dos servidores do sistema penitenciário de Pernambuco, assim como contribuir para que a sociedade pernambucana saiba da atual situação de penúria na qual se encontram servidores e apenados.
A DIREÇÃO DO SINDASP-PE
Fonte-dp