quarta-feira, 27 de maio de 2015

Pernambuco: primeiro estado a coletar material genético de condenados

Pernambuco ganhou uma nova ferramenta para combater o crime através de análises de DNA. O estado é o primeiro do país a coletar material genético de condenados por crimes hediondos, como estupro e homicídio, para inserção no Banco de Dados de Perfis Genéticos (Codis).
O banco, que tem tecnologia disponibilizada pelo FBI (polícia federal norte-americana) está presente em 17 estados e no Distrito Federal, para facilitar a identificação de reincidentes e crimes em série, e integrar o trabalho das polícias.
A coleta em condenados é prevista na Lei 12.654/12, mas ainda não era cumprida pelos bancos de dados no Brasil. Pernambuco, mesmo sendo um dos últimos a instalar o Laboratório de Perícia e Pesquisa em Genética Forense, foi o primeiro a iniciar o processo, na Penitenciária Professor Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá, em 2014.
Cerca de 800 presos tiveram o material coletado com a ajuda de um swab, cotonete que retira amostras da mucosa da bochecha. As informações foram levadas ao laboratório, que identificou 270 perfis e adicionou ao banco do estado.
Até o fim do primeiro semestre, o DNA dos outros 530 detentos será sequenciado e transferido ao Codis. A previsão é de que no segundo semestre o trabalho comece no Complexo do Curado.
“É realizado um exame de comparação do que foi deixado no local do crime com os dados adicionados nos Codis em todo o território nacional. Dessa maneira, já identificamos que um mesmo homem cometeu um crime em Caruaru em 2010 e outro São Paulo em 2012”, explicou o diretor do Laboratório de Perícia e Pesquisa em Genética Forense, Carlos Souza.
Nos EUA, o Codis é usado em 180 laboratórios. Em outros 27 países, há 40 laboratórios. No banco também ficam armazenadas referências de vestígios deixados na cena do crime.
Para a gerente geral da Polícia Científica, Sandra Santos, a tecnologia dará celeridade às investigações. “Treinamos a perícia criminal para coleta de DNA e, na próxima semana, vamos reiniciar o treinamento com a equipes do DHPP.” Atualmente, 125 peritos criminais compõem o quadro da Polícia Científica. Um concurso com 316 vagas está previsto para este ano. De hoje ao dia 28, acontece na UFPE o Primeiro Workshop Nordestino de Genética Forense.
Fonte-dp