Três
pessoas morreram em dois dias de rebelião no Complexo Prisional do Curado, no
Recife. No caso mais chocante, Mario Antônio da Silva, de 52 anos, foi
decapitado por outros detentos. Na segunda-feira, o primeiro-sargento da
Polícia Militar, Carlos Silveira do Carmo, 44, e o detento Edvaldo Barros da
Silva Filho, 34, foram mortos baleados. Outros 29 presos se feriram.
Segundo
o secretário de Justiça de Pernambuco, Pedro Eurico, os presidiários
reivindicam mais rapidez nas decisões judiciais, melhor tratamento às famílias
em dias de visita e melhorias nas condições de habitação. Os aprisionados
também pedem a substituição do juiz Luiz Rocha, titular da 1ª Vara de Execuções
Penais da Capital. Eles argumentam que alguns presos já poderiam estar em
regime semiaberto, mas os processos demoram.
Segundo
o secretário, uma comissão de detidos seria recebida pelo magistrado. O
protesto começou pacífico na segunda-feira, porém se tornou violento à tarde,
quando houve as duas mortes. A PM foi chamada e, segundo o secretário de
Justiça, permaneceu no local até às 23 horas.
No
dia seguinte, porém, os amotinados iniciaram um novo protesto: “Quando houve a
decapitação, a PM resolveu entrar novamente para garantir a segurança”, afirmou
o secretário.
Em
nota, a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) lamentou as mortes.
Declarou que o Estado anunciou neste mês medidas para desafogar o sistema
prisional, como a entrega de três novos presídios e a ampliação de outros dois,
incluindo o do Curado. Atualmente, o Estado contabiliza 12 mil vagas para 32
mil presos.
Ilha
de Itamaracá
Também
ontem, outra rebelião ocorreu na Penitenciária Professor Barreto Campelo, na
ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife. A situação já foi
pacificada, de acordo com a Seres. As reivindicações foram as mesmas dos presos
do Curado.
“Essas
rebeliões geram um efeito cascata. É necessário ter um efetivo maior (de
Agentes Penitenciários) pra fazer as contenções dentro dos presídios”, afirmou
o presidente do Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário de
Pernambuco (Sindasp-PE), João Carvalho.
Segundo
ele, Pernambuco precisa de 4.700 Agentes para atingir a proporção considerada
ideal, de um profissional para cada cinco presos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário