terça-feira, 27 de abril de 2010

À PROCURA DA LUZ


Jesus está a caminho de Jerusalém. Eis que, de repente, alguém, sentado à beira da estrada, lhe interrompe a caminhada e grita por ajuda. É um cego e mendigo de nome Bartimeu. Sabendo que Jesus está na comitiva, pede-lhe que o cure da cegueira para, assim, poder enxergar. Essa cura é o último milagre de Jesus que Marcos narra em seu evangelho.

Bartimeu, ao gritar por socorro, é repreendido por muitos. Seus gritos de súplica incomodam muita gente, mas não a Jesus, que lhe dá atenção. O cego é símbolo de tantos homens e mulheres que se encontram à margem da vida sem ter alguém que os escute. São pessoas necessitadas de luz que as ilumine e as ajude a conduzir a vida, sem ficar à mercê de aproveitadores.

Há, também em nossos dias, muitas pessoas cegas que não veem claramente o próprio rumo a seguir; a proposta do Mestre ainda não as atingiu; a mensagem dele não está clara. Não aceitam uma Igreja comprometida com os pobres. Às vezes são membros da própria comunidade que fazem muito barulho a respeito de Jesus, mas se mostram cegos. Pensam que Jesus e a comunidade não precisam se preocupar com os pobres, é tempo perdido, há coisas mais importantes a fazer, o planejamento não pode ser alterado ou interrompido...

Bartimeu grita com todas as forças para incomodar os acomodados. Seu grito simboliza o clamor do autêntico discípulo de Jesus, que não se cala enquanto a solução não chega, e de todos os que não se resignam a permanecer na dependência de uma sociedade injusta e exploradora. Muitas vezes, também hoje, só se obtêm melhorias na saúde, na educação, no trabalho, na moradia... graças a pessoas insubmissas que não se conformam com a situação.

Se queremos ser bons seguidores de Jesus, evitemos colocar viseiras nos olhos, para assim poder ver as margens da estrada onde se encontram milhões de cegos e poder ouvir seus pedidos de ajuda.

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