quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O secretário-executivo de Ressocialização de Pernambuco, afirmou que o Estado tem “um propósito firme de voltar a ter o controle de todas as unidades prisionais”

O secretário-executivo de Ressocialização de Pernambuco, Éden Vespaziano, afirmou que o Estado tem “um propósito firme de voltar a ter o controle de todas as unidades prisionais”. A declaração foi dada em coletiva de imprensa nesta terça-feira (20/10/2015), na sede da secretaria, no Recife, em resposta à divulgação da pesquisa realizada pela ONG Human Rights Watch (HRW), que apontou que os próprios detentos comandam as penitenciárias do estado.
“Não é que o Estado deixou de tomar conta. Nós estávamos com uma situação de realidade crescente em número populacional e sem muitas ações dentro do sistema prisional, o que está se revertendo”, apontou.
Segundo o secretário, ainda não há um prazo para os chaveiros ou representantes, como são chamados os presos que têm as chaves de celas e pavilhões, deixarem de atuar. Mas ele garantiu que alguns já foram retirados do sistema, como os chaveiros que cuidavam das cozinhas.
“Existem essas pessoas que ajudam na condução do processo, que têm um pouco mais de liderança diante da quantidade grande de presos, em razão dessa superlotação. Mas o trabalho está sendo feito no sentido de tirar e de repor toda essa questão dentro das unidades prisionais”, explicou.
O governo reconheceu que o Estado sofre com uma grande população no sistema prisional e atualizou os dados divulgados pela pesquisa. Segundo a Secretaria de Ressocialização (Seres), o Estado mantém atualmente 31.919 presos, sendo que a capacidade é de 11.196. Isso representa um déficit de 20.723 vagas.
Vespaziano defendeu ainda que o problema de superlotação é nacional, não apenas em Pernambucano. Além disso, afirmou que o Estado vem investindo na construção de unidades prisionais. “Já entregamos a unidade prisional de Santa Cruz do Capibaribe, com 186 vagas, estamos concluindo o presídio de Tacaimbó, com 689 vamos. Estamos já iniciando as obras do Complexo Prisional de Araçoiaba, que vai ter capacidade de 2.574 vagas”, enumerou.
O secretário acredita que, com o aumento de vagas, o Estado vai conseguir retomar a gestão dos pavilhões. “Estamos trabalhando com a questão das ampliações das vagas. À medida que as vagas forem sendo abertas, nós vamos controlar melhor e fazer essa gestão com o nosso efetivo de Agentes Penitenciários”, garantiu.
Audiências de custódia
Pernambuco ainda não contava com audiências de custódia quando o estudo foi feito. Elas foram implantadas no Estado apenas em agosto deste ano. Nessas audiências, os detidos são levados a um juiz para que seja analisada a legalidade e necessidade da prisão. De acordo com Vespaziano, cerca de 40% dos detidos levados a essas audiências no Grande Recife foram liberados.
As audiências auxiliam para que não haja uma superlotação ainda maior dos presídios, mas uma solução de fato para a situação ainda não tem previsão.
Saúde
O secretário-executivo de Ressocialização questionou os dados relativos aos presos com Aids e tuberculose dentro dos presídios, que constavam na pesquisa divulgada, afirmando que o relatório confundiu os dados.
“Ele disse que tinha 2.600 pessoas com tuberculose, mas aquilo era o número de pessoas que fizeram o exame. Ao longo do ano, mais 6.300 pessoas fizeram o exame. O número real é 410 detentos com tuberculose comprovada e todas elas sendo tratadas”, apontou, acrescentando que o sistema conta também com 138 casos de HIV identificados e acompanhados.
Vespaziano afirmou ainda que o governo já criou um “pavilhão sem preconceito” no Presídio de Igarassu, no Grande Recife, voltado para o público LGBT, e que iniciou os trabalhos para a criação de um pavilhão deste estilo no Complexo prisional do Curado.
Fonte-globo.com


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