Uma
discussão tem mobilizado a nossa categoria (Agentes de Segurança Penitenciária)
com relação à nomenclatura, designação, lei de criação do cargo, seja
lá o que for... um grupo, acredito que a maioria, defende que temos
que lutar pelo reconhecimento enquanto servidores policiais civis,
como categoria que faz parte da PC,a exemplo de peritos,legistas, que
não são policiais civis, mas estão no quadro da mesma;outra parte, NA
QUAL ME INCLUO, discorda de tal briga,porquanto não quer viver à sombra de
uma outra categoria. Sempre digo que adoro um debate, o bom combate, uma
briga justa, e mesmo sendo contrária à ideia de pertencer ao quadro
da PC, respeito o posicionamento dos colegas que assim desejam, respeitarei
e aceitarei (mesmo não sendo de bom grado) o que ficar decidido pelo GOVERNO (afinal, somente ele pode resolver esta contenda); acho que
todos devem ter a palavra, defender suas ideias, explanar o que acredita ser o
melhor para o grupo, mas o respeito pessoal deve estar acima de qualquer ideal.
O que tenho acompanhado, sobre tudo no face, são ataques, xingamentos, ironias
e piadas de baixíssimo nível intelectual, até denegrir a formação de um
colega pela instituição na qual o mesmo foi formado, a qual um outro
colega chama "faculdade de pipoqueiro", ou algo do gênero...enquanto isso,os
chopins que vivem às custas de nosso trabalho, de nossa bravura e de nossa competência se divertem
assistindo tudo em suas salas refrigeradas...
Eu,
sonho sim com a aprovação da PEC, mas respeito os que sonham com o
respeito que teremos enquanto servidores da Polícia Civil. Não quero ser sub-classe, quero ser
respeitada e reconhecida pelo trabalho que faço, pela profissão que
abracei por mérito próprio, por esforço e estudo,quero que reconheçam que
o que faço, poucos tem coragem e peito para fazer.
Criticar,
rotular, discriminar é fácil; mas estar em uma cadeia arriscando a vida diariamente,
colocando o próprio pescoço e da família em risco, por ser o responsável em cercear
a liberdade de outrem, ser o mensageiro do NÃO dentro das Unidades Prisionais como fazemos, quero ver quem é capaz.
Respeito
à Polícia Civil, eles fazem o trabalho deles, com tantas dificuldades
quanto nós enfrentamos no desenvolvimento do nosso, mas em minha opinião, é
cada um no seu quadrado. Quero a SERES entregue à minha categoria, quero que a população entenda que não somos lixo, que não
somos bandidos, que vivemos de um salário injusto de acordo com
o que trabalhamos, mas que não precisamos nos corromper para sustentar nossas famílias.
Não quero
ser o apêndice da PC, como bem colocou um colega, pois o que vemos lá,entre
eles, é delegado e escrivão se achando melhor que agente, é perito advogando
em causa própria, sem apoio dos demais... Então o que vocês acreditam
que aconteceria conosco dentro da Polícia Civil?
Uma
vez um colega argumentou comigo que o reconhecimento enquanto categoria do
quadro da PC traria forças à nossa carteira funcional. Ora, também dou
minhas carteiradas, como quase todos o fazem, mas me desculpe, esse argumento
é falacioso e preocupante: a carteira nos dá livre acesso em casas de diversão
e lugares sujeitos à fiscalização pública, mas isso nos traz uma
responsabilidade enorme, que nem todos parecem ter consciência do que se trata.
Bem, espero que possamos resolver o mais
rápido possível esta questão, mas continuo querendo apenas ser reconhecida
enquanto Agente de Segurança Penitenciária, fazendo jus aos meus 4 (quatro)
dias de folga, assim como o SINDASP se comprometeu a brigar para que
tivéssemos tal benefício de volta.
Lembremos
que oficialmente servidores Policiais Civis, jamais conseguiremos retroagir ao
momento em que ingenuamente aceitamos aumentar a nossa escala de trabalho.
Por - Ana Carla
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