segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Quase 50% das armas em circulação no Brasil é ilegal


Existem hoje cerca de 16 milhões de armas em circulação no Brasil, das quais 47,6% estão na ilegalidade, o que dá 7,6 milhões de unidades, em poder de civis e bandidos. Com 34,3 mil homicídios ao ano, o país é campeão mundial em números absolutos de mortes por armas de fogo.
Os dados fazem parte de um levantamento nacional, divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Ministério da Justiça, como ponto de partida para retomada da campanha nacional pelo desarmamento, a ser mantida no futuro governo. "A posse de armas não socorre o cidadão, só gera mais violência e crime", afirmou o ministro Luiz Paulo Barreto.


O estudo, produzido pela ONG Viva Rio, em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), servirá de subsídios para focar a intervenção do poder público nos Estados onde há maior descontrole de armas, considerado o fator que mais contribui para a violência urbana.
A pior situação, conforme ranking montado pela ONG, é a dos Estados de Rondônia, Sergipe e Amapá. Foram levados em conta o cuidado no depósito das armas, o gerenciamento no seu controle e a produção de informações confiáveis sobre quem tem, onde estão e como são usadas as armas. Os melhores avaliados foram São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro.
Conforme o estudo, de cada dez armas apreendidas no Brasil, oito são fabricadas no País e apenas duas vêm de fora. "Isso desmente a falsa impressão de que a maioria das armas ilegais é de fabricação estrangeira", explicou Antônio Rangel, diretor do Viva Rio. Entre as armas de origem estrangeiras, 59,2% são oriundas dos Estados Unidos, conforme cadastro do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), controlado pelo Exército e a Polícia Federal.
O segundo mercado fornecedor é a Argentina (16,7%), seguido de Espanha (6,9%), Alemanha (6,4%) e Bélgica (4,1%). "Na realidade, a arma brasileira - pistolas e revólveres - é a arma dos bandidos", explicou Rangel, para quem é mito achar que fuzis russos e israelenses são os grandes armamentos do crime. "Isso pode ocorrer apenas em territórios do tráfico no Rio, mas é exceção".

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