Duas tentativas de homicídio e um princípio de motim contribuíram para um clima tenso durante o dia de ontem, no Presídio Professor Aníbal Bruno, que conta hoje, com cerca de quatro mil presos, 2,5 mil a mais do que sua capacidade. As tentativas de homicídio, ambas envolvendo a briga interna pelo tráfico de drogas, ocorreram pela ma nhã nos pavilhões D e F, vitimando Marcelo Valério Oliveira Santos, 22 anos, que recebeu uma facada nas costas, e José Geraldo Cordeiro da Silva, 24, que foi ferido no braço. Ambos passam bem.
Na tarde de ontem, os presos dos pavilhões A, B, C, D e F se revoltaram com a fal ta de energia e água e se recusaram a voltar para os pavilhões, provocando distúrbio e correria. Cerca de 50 homens, entre policiais militares e agentes penitenciários, dirigiram-se aos pavilhões para conter os presos. Segundo um agente penitenciário, que não se identificou, alguns tiros foram desferidos para o alto para conter os presos.
A primeira tentativa de homicídio ocorreu, às 10h, no pavilhão D. O presidiário Marcelo Oliveira, que está detido por homicídio e tráfico, foi esfaqueado por um an tigo rival. Os dois teriam se tornado inimigos devido a briga pelo tráfico de drogas. Mas o nome do rival de Marcelo não foi divulgado porque a vítima está com receio de prestar queixa contra ele.
Marcelo foi socorrido para o Otávio de Freitas e está fo ra de perigo. Por volta do meio-dia, Alexandre Avelino Salgueiro da Silva, 25, preso por diversos homicídios, tentou matar José Geraldo, mas foi contido por outros presos. José Geraldo foi atendido no ambulatório do presídio, onde recebeu curativos.
O princípio de motim ocorreu por volta das 14h, depois que faltou água e energia em vários pavilhões devido a uma pane provocada durante as obras de reforma do presídio. PMs e agentes do presídio foram convocados para conter os presos e depois de muita discussão e alguns tiros houve um acordo. “Nós consertamos a parte elétrica e já man damos comprar duas bombas d’água que serão instaladas ainda hoje (on tem)”, garantiu o diretor do presídio, coronel Severiano.
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