A Secretaria
de Defesa Social anunciou que já estão autorizados concursos para cem
delegados, 500 agentes, 50 escrivães, e 310 cargos da Polícia Científica.
Informou ainda, embora sem precisar datas, que serão abertas 1,5 mil vagas para
soldados da Polícia Militar. E também, que cancelou a compra de mil metros
quadrados de tapetes. O edital do pregão foi publicado no dia 7 de agosto. O
valor da compra, estipulado em R$ 166,6 mil, daria para adquirir 230 coletes à
prova de bala.
Nota
distribuída pela SDS informa que “decidiu cancelar a Ata de Registro de Preços
mencionada, “pois não há prioridade para aquisição dos mesmos em 2015″,
referindo-se aos tapetes. Esclarece, no
entanto, que “o modelo da ata em questão não gera obrigação de adquirir o
produto, sendo medida administrativa para agilização dos trâmites e posterior
tomada de decisão relativamente às prioridades de aquisição”. A aquisição dos
tapetes vinha sendo alvo de críticas entre grupos fechados de policiais nas
redes sociais. E vazou para a imprensa, com críticas feitas por delegados, que
se queixaram do trabalho com coletes à prova de balas vencidos.
Segundo
a SDS, a Chefia da Polícia Civil já havia determinado o recolhimento de todos
os coletes nessa situação, “que eventualmente estivessem em uso”, assim como “a
redistribuição dos coletes válidos, observadas as necessidades de cada operacionais
de cada unidade”. Para a SDS, caso existam coletes sendo usados fora do prazo
de validade, “tal fato configura descumprimento de ordem superior, e será
apropriado na sede apropriada”.
Acusada
de omissão por muitos cidadãos que dela precisam, em caso de assaltos, morte violenta de
parentes, ou por furto de veículos, por exemplo, a Polícia Civil negou que
esteja se omitindo. “Os cidadãos que se queixam de omissão ou má vontade da Polícia,
em realidade, cometem um grande equívoco ocasionado pelo desconhecimento. A
Polícia Civil trabalha com 40 por cento do seu efetivo ideal, tendo sofrido
cortes no orçamento de abastecimento de veículos, telefones e até mesmo na
manutenção e limpeza de delegacias. O sucateamento da instituição, resultante
de política de governo inadequada, afeta criticamente o atendimento à
população”, dizem os delegados. Mas de acordo com a SDS, o quadro atual da
Civil é de 4.561 servidores, o que
“representa um acréscimo de nove por cento em relação a 2007″ (ano em que foi lançado o Pacto pela Vida).
O
Pacto, aliás, também virou motivo de questionamento pelos policiais. Delegados
dizem que ele “não representa a melhor opção para a segurança pública em
Pernambuco. Somos contrários a um programa de governo que não funciona, e somos
contrários ao sucateamento que resulta na sua ineficiência. Nós somos contra a
propaganda política que esconde a realidade caótica que vivem nossas
polícias”. Afirmam que a decisão deles é
por “priorizar a segurança pública e não iniciativas midiáticas do governo”,
referindo-se, mais uma vez ao Pacto. O
que a população teme é que a iniciativa dos delegados, que até já fizeram
enterro simbólico do Pacto pela Vida, fragilize ainda mais a segurança no Estado,
onde os homicídios voltaram a subir e os assaltos vêm crescendo de forma
assustadora. Ou se acaba com o impasse, ou a situação vai piorar.
Fonte-jc
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