Três mil e quinhentas máquinas do
tipo caça-níquel foram apreendidas, na noite desta quarta-feira (11), em um
depósito na PE-15, no bairro de Jatobá, em Olinda. De acordo com o delegado
Gilmar Rodrigues, a polícia chegou ao endereço após indicação de um dos presos
durante a operação Última Jogada, desencadeada nesta manhã. "Cada
equipamento desses custa R$ 1 mil, o que totaliza um apreensão no valor de R$
3,5 milhões", disse. Rodrigues também afirma que a apreensão é uma das
maiores no País. "Esse é um recorde no Brasil, desse tipo de máquinas
encontradas em um só local", assegura.
A operação de combate à exploração de
máquinas caça-níquel prendeu um delegado da Polícia Civil, três comissários e
cinco policiais militares, entre eles um capitão. As investigações da Delegacia
de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) apontam que os
suspeitos davam cobertura a esse tipo de crime.
De acordo com a polícia, a apuração
começou há um ano, após denúncias de corrupção policial na Delegacia de Casa
Amarela, na Zona Norte do Recife. Os suspeitos estariam envolvidos em crimes de
corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e violação de sigilo
funcional.
Segundo a delegada Cláudia Freitas,
os policiais ganhavam, por semana, entre R$ 100 e 300 dos donos das casas de
jogos de azar para protegê-los. “Existia uma mudança de acordo com o grau de
repressão. Eles fechavam o local e iam para outro bairro”, explicou. O esquema
estaria funcionando há cerca de três anos.
Foram expedidos 15 mandados de prisão
preventiva e 18 de busca e apreensão domiciliar pela Vara dos Crimes Contra a
Administração Pública e a Ordem Tributária da Capital. Ao todo, foram presos
quatro policias civis, cinco policiais militares e três donos de casas de
jogos. Está foragido um comissário de 55 anos, um cabo de 48 anos e mais um
proprietário de 40 anos.
Os presos foram encaminhados para a
sede do Grupo de Operações Especiais, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do
Recife. Os policiais militares serão levados para o Centro de Reeducação da
Polícia Militar (Creed), em Paulista, e os policiais civis, para o Centro de
Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana da capital.
Os policiais vão responder a um
processo administrativo disciplinar e podem ser expulsos da corporação. “Nossa corregedoria tem agido no sentido de
coibir desvios de conduta, no entanto, alguns insistem usar dessa prática, e
esse é o caminho: Cotel ou Creed”, disse o secretário de Defesa Social, Wilson
Damázio.
Fonte-globo
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