Por hoje...
A sanfona calou.
Por hoje, os teclados e os baixos se calaram em um silêncio tétrico.
Por hoje, a voz sertaneja nordestina não entoa coisas do sertão. Nem o luar e nem o mandacaru serão cantados.
Por hoje, os aboios serão melancólicos. O gado vai para o curral de cabeça baixa esperando o vaqueiro triste entoar cantigas.
Por hoje, nem o acauã entoará sua cantiga penosa. A seca será sentida na na garganta do sertanejo, assim como um choro preso.
Por hoje, as lágrimas do povo nordestino vão aguar o solo esturricado do sertão. A asa branca silencia no pé de umbuzeiro que tanto acolheu na sua sombra aquele sanfoneiro de nome Dominguinhos.
Manda lembrança para "seu Luiz!".
Por - Adielton
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