A eucaristia é a celebração da aliança de Deus
com o ser humano e deste com Deus e com o próprio semelhante. O anseio de se
aliar, de se relacionar e se comunicar com Deus e com os próprios semelhantes
sem-pre acompanhou o ser humano ao longo de sua atormentada viagem pelas
estradas do mundo. Compartilhar derrotas e vitórias, incertezas e esperanças é
o desejo próprio do ser social.
A aspiração à fraternidade, à unidade
e à comunhão é o selo que Deus deixou em cada coração humano. Assim a
celebração da eucaristia profetiza nosso destino futuro e, ao mesmo tempo,
aponta-nos o caminho a seguir: repartir a nossa vida com todos, da mesma forma
que Deus reparte a si mesmo na eucaristia.
No entanto, esse anseio de aliança e
de comunhão universal ficou frustrado no coração de muitos irmãos e irmãs, não
passando de projeto falido. Isso porque a voz do egoísmo, com demasiada frequência,
grita mais alto do que a voz do amor e da solidariedade. E o pior é que, não
raro, chegamos a buscar a aliança com o irmão e até com o próprio Deus só para
destruir nossos inimigos.
Mas, se Cristo chegou a tornar-se
vítima sacrifical e quis preparar um banquete do qual ninguém é excluído e onde
a comida é ele mesmo, quer dizer que toda a inimizade foi aniquilada e ninguém
deve mais ser tratado como inimigo, uma vez que a sua ruína é a nossa própria
ruína, sendo ele carne de nossa carne.
Celebrar a eucaristia, alimentando-nos
do Corpo e do Sangue de Cristo — lado a lado com os nossos irmãos e irmãs é com
certeza a maneira mais perfeita de entrarmos em comunhão com Deus e com a
criação inteira. Nisso consiste a nova aliança de Deus com a humanidade e desta
com o próprio Deus.
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