O Ministério Público Estadual (MPE) investiga, desde esta terça-feira (20), um suposto desvio de donativos destinados às vítimas das enchentes em Alagoas. As denúncias foram realizadas nesta segunda-feira (19) e envolvem oficias do Corpo de Bombeiros lotados na coordenação da Defesa Civil.
Conforme a promotora de justiça responsável pelo caso, Cecília Carnaúba, até o momento foram citados os nomes de cinco oficiais, dentre eles, capitão, coronel e major, que estariam envolvidos na apropriação indevida de um carregamento de sandálias havaianas e outras doações que seriam destinadas às vítimas das enchentes. Segundo ela, já na manhã de ontem alguns acusados, ainda não identificados, chegaram a ser ouvidos e um militar já está preso desde sábado (17).
“Ainda estamos na fase inicial das investigações e por isto não podemos apontar os responsáveis, ainda é muito prematuro para isto. Tomamos conhecimento também do desvio de outros valores, mas ainda não podemos tornar público para não prejudicar o andamento das investigações” – contou a promotora.
Conforme informações extra-oficiais, a prática ilegal ocorria no galpão da Secretaria Estadual de Educação e Esportes, localizado na Avenida Rotary, que era utilizado para armazenar as doações que chegavam ao estado.
O carga de mais de mil pares de sandálias Havaianas, doadas pelo fabricante, teria chegado à capital alagoana no dia 12 e, devido a um acidente ocorrido no dia seguinte, onde o portão do galpão teria caído sobre o filho do vigilante do local, foi descoberta a prática ilegal: um oficial do CB, ao socorrer a vítima, flagrou seus companheiros transferindo parte da carga de sandálias para um carro particular.
Cecília Carnaúba pediu à população que não deixe de realizar doações e afirmou a necessidade de mais rigor na receptação, armazenamento e doação de todo o material recolhido.
"Algumas pessoas já foram ouvidas e com base nos depoimentos tudo será apurado e investigado com rigor. Certamente em oito dias chegaremos a um denominador comun desta investigação" - disse a promotora acrescentando que ainda não é possível saber o que exatamente e a quantidade de material extraviado.
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