Em
campanha por Pernambuco, a Presidenta Dilma Rousseff foi a Goiana, onde visitou
obras da fábrica da Fiat/Chrysler, que passou a ser construída após o
Presidente Lula, em 2010, assinar uma medida provisória, que concedeu
incentivos fiscais para a companhia italiana até 2020. À época, o governador
era o então aliado do PT Eduardo Campos (PSB), falecido este ano em acidente de
avião.
Na
cidade, enquanto Lula puxou o coro de “quem não pula é tucano”, a candidata à
reeleição afirmou enfrentar a eleição presidencial mais difícil dos últimos
anos. Ao lado de Lula, ela pediu para “não deixar o país ir para trás”. “Eles
(os adversários) vestiram pele de cordeiro, que esconde as suas intenções. Eles
olham para os mais pobres e não veem neles cidadãos brasileiros. Tem dois
projetos disputando essas eleições. Um dos projetos (PSDB) representa os
interesses de só um terço do Brasil”, discursou a petista nesta terça-feira
(21).
Antes,
ambos foram recepcionados por 30 mil pessoas em Petrolina (cidade de Fernando
Bezerra, ex-ministro do governo Dilma e eleito senador pelo PSB), onde a ponte
que liga a cidade a Juazeiro (BA), foi tomada por uma multidão vermelha. Lá,
Dilma destacou que os governos do PT mudaram a realidade do semi-árido e
enfrentaram a seca.
“Nós
fomos capazes de enfrentar a seca e conviver com a seca. Nós sabemos que a seca
vem e temos que estar preparados para ela. O estado mais rico do Brasil, o
estado de São Paulo, não se preparou para a seca. O Nordeste se preparou e
diante da maior seca, nós temos condições de viver aqui e não ficar catando
pingo de água por aí. As milhões de cisternas são uma benção que construímos”,
disse.
Já
em Recife, no começo da noite, Lula e Dilma caminharam ao lado de 52 mil
pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Sem citar o adversário, Aécio Neves
(PSDB), a petista fez críticas aos anos
da gestão do PSDB a frente do governo federal e ao programa econômico do PSDB.
“Hoje, este país não se ajoelha mais diante do FMI (Fundo Monetário
Internacional). Quando os tucanos governaram, o Brasil era devedor de joelhos.
Eles plantam inflação para colher juros. Este país deixou de ser a 13ª economia
do mundo pra virar a sétima maior economia do mundo”, apontou a Dilma já a
noite em Recife.
No
comício, o Presidente Lula acusou Aécio de ser “mal-educado” e “filhinho de
papai”, após o candidato dizer que Dilma havia mentido e sido leviana, em
debate na televisão. “Onde estava o outro candidato quando Dilma, com apenas 20
anos, colocava a vida em risco pela liberdade? Ele (Aécio) estava aprendendo a
ser tão grosseiro, tão mal-educado. Isso só podia ser feito por um filhinho de
papai. Um nordestino jamais faria isso”, afirmou o petista.
E
continuou: “Eu digo a eles que são mais intolerantes do que nós, querem acabar com
a nossa presidenta, chamar ela de leviana.Eu, que já disputei muitas eleições,
nunca vi um comportamento tão agressivo. A Dilma não tem que dar satisfação ao
Aécio, ela tem que dar satisfação ao povo brasileiro”.
Lula
também voltou ao assunto preconceito ao lembrar a declaração do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de que os eleitores do PT seriam menos
informados.
“Lamento
que um ex-presidente, sociólogo, diga que nós, nordestinos, somos
desinformados. Votamos na Dilma porque somos um povo consciente. Votamos,
sobretudo, porque não esperamos ordem do FMI para nos dizer o que fazer”,
condenou Lula.
Ao
comentar a sugestão da revista inglesa The Economist aos eleitores brasileiros
de votar no candidato do PSDB, Lula enfatizou: “ a The Economist dizia que o
povo brasileiro tinha que votar no outro candidato. O que a The Economist acha
que a gente é? Que eles podem dar ordem e a gente responde? Será que perderam o
juízo? Nesta eleição ou vota no candidato do banqueiro ou vota no candidato do brasileiro”,
encerrou.
Abaixo
outras frases de Lula e Dilma em Recife:
Lula:
Nós
votamos na Dilma, porque queremos mais universidades, mais emprego, mais
salário, mais Pronatec, pelo pré-sal;
Nós
aprendemos a ter dignidade, esperança, a acreditar em nós mesmos;
Sei
que ainda há muito a fazer nesse país. Mas foi esse nordestino retirante que
teve a decência de lembrar do Nordeste pela primeira vez;
Seria
bom se ele (Aécio) não tivesse voto aqui. Ele nunca se lembrou do Nordeste;
Dilma:
Eu
enfrento a mais disputada eleição presidencial;
Eu
estou em um estado de homens e mulheres conscientes, lutadores, com uma
história política de reconhecimento;
Em
2003, começou a certeza de que o brasileiro tivesse voz e vez, tivesse
reconhecido o direito ao emprego, ao salário decente;
Em
2003, começou a reconhecimento do direito do trabalhador colocar seu filho na
universidade;
Vamos
lembrar que os tucanos são aqueles que proibiram a construção de escolas
técnicas no nosso país;
Em
8 anos, os tucanos fizeram 11 escolas técnicas. Eu e o Lula fizemos 422 por
todo o país;
Vamos
lembrar que eles conseguiram bater o recorde de desemprego nesse país, em 2001
e 2002;
Eles
entregaram uma herança maldita para o Lula: mais de 11 milhões de brasileiros
desempregados;
Nós,
desde 2003, criamos 20 milhões de empregos. No meu governo, são mais de 5
milhões;
Nós
nos orgulhamos do desenvolvimento de Pernambuco e de todo o Nordeste;
Nós
tiramos o atraso promovido pelo governo dos tucanos no Nordeste;
Eu
tenho muito orgulho da parceria que construiu em Pernambuco oportunidades de
trabalho, infraestrutura, MCMV, Mais Médicos;
Hoje,
nós estivemos em Goiana, visitando a unidade da Fiat. Uma trabalhadora me
agradeceu pela filha estudar na Alemanha;
Hoje,
o filho do trabalhador pode ser engenheiro, pode ser doutor!;
O
Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU, depois de séculos de sofrimento;
Eu
tenho um pedido: não deixem esse país ir pra trás;
Vamos
mostrar que o Brasil tem mulheres e homens de coragem e fé. Um beijo no coração.
Fonte-conversa