A
Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco – ADEPPE protocolou na última
sexta-feira (10), no MPPE, através do Promotor de Justiça Maviael de Souza
Silva, coordenador das Promotorias de Defesa do Patrimônio Público, denúncia de
irregularidades na realização do concurso público para 100 vagas de Delegado de
Polícia. A associação alega em seu arrazoado que o processo licitatório
encontra-se viciado, pelo fato de ter a SDS utilizado indevidamente o sistema
de dispensa de licitação para contratação da IAUPE, uma entidade local que não
atende o critério legal da “inquestionável reputação ético-profissional”.
Para
o presidente recém-eleito da Adeppe, Delegado Francisco Rodrigues, “as
irregularidades são muitas, por exemplo, não está prevista a participação da
OAB no certame, diferentemente do que ocorre com os outros concursos para as
demais carreiras jurídicas do Estado. Some-se a isso o fato de não se ter dado
tempo hábil para que empresas reconhecidas nacionalmente apresentassem
propostas, razão pela qual somente três instituições desconhecidas entregaram
propostas e apenas a pernambucana IAUPE, que vem realizando vários concursos
para a Prefeitura do Recife e Governo do Estado, foi selecionada”.
A
associação aponta ainda outro problema relativo ao fato de haver no processo
licitatório três Termos de Referência diferentes, um deles assinado por pessoa
estranha aos quadros da Polícia Civil, instituição que solicitou a realização
do certame. “Para um governo que prioriza a segurança pública, diante de tantas
irregularidades, deveria promover a suspensão imediata do concurso, até a
apuração das graves denúncias, o que evitará maiores prejuízos aos candidatos e
principalmente à sociedade”, afirmou Rodrigues. E completou: “em que pese à
urgência de recompletamento de pessoal, o concurso para o cargo de Delegado
deve ser realizado com absoluta lisura, afinal são estes profissionais que vão
decidir sobre a liberdade das pessoas. Um concurso mal elaborado, pode até
permitir a infiltração de membros de organizações criminosas no seio da Polícia
Civil”.
Fonte-adeppe