No início dos anos 1990 as prisões do
Mississippi permitiam a visita íntima de mulheres, mas apenas para presos
negros. Isso se adequava à convicção racista de que tal prática acalmaria os
seus supostos ímpetos passionais. A atitude em relação às visitas íntimas
avançou um pouco: a maior parte do mundo autoriza a sua prática. Alguns
pesquisadores, cadeias e presos afirmam que tal prática contribui para a
recuperação. Mas nos EUA e na Grã-Bretanha os formuladores de política pública
as encaram com desconfiança.
Em setembro o Presídio Central do
Catar inaugurou pequenas casas onde parceiras e filhos podem visitar os presos.
As prisões da Turquia começaram a utilizar tais casas pela primeira vez há
alguns meses. Autoridades na Costa Rica, Israel e México as autorizaram nos
últimos anos para condenados homossexuais. Até mesmo a Arábia Saudita e o Irã
já as permitem há muito para prisioneiros casados. E muitos países
latino-americanos autorizam visitas íntimas também para presos não casados.
Mas apenas cinco estados americanos
permitem a prática, e na Grã-Bretanha esta é proibida. No entanto as evidências
de fato sugerem que as visitas íntimas não apenas reduzem a violência dentro
das cadeias, mas também reduzem a taxa de reincidência, que pode diminuir
devido ao fortalecimento de laços familiares. No Canadá os prisioneiros são
autorizados a passar 72 horas a cada dois meses em um apartamento com suas
parceiras, esposas, filhos, pais ou cunhados.
Talvez os EUA e a Grã-Bretanha, os
maiores encarceradores do mundo e da Europa ocidental, respectivamente, passem
a praticar programas semelhantes algum dia.